terça-feira, 15 de janeiro de 2008

REVELAÇÃO DA ARTE


GWF Hegel (1770/1831)

"Aquilo que, como objecto, pela arte ou o pensamento, se revelou aos nossos sentidos ou ao nosso espírito tão perfeitamente que a sua substância se encontra esgotada, que tudo nela se tornou exterior e que nada mais subsiste de obscuro nem de interior, perde o seu interesse absoluto."

"Estética" (Hegel)


Adorno cita Hegel para achar o pensamento digno do verdadeiro burguês que era o filósofo, e que o "elemento obscuro" não é mais do que uma produção da autoridade, da "todo-poderosa cultural industrial".

Mas se não houvesse interferência desse poder e a "substância" duma obra de arte nos fosse inteiramente exposta, como num plano sem relevo nem sombras, o que é que poderia continuar a alimentar o nosso interesse?

É evidente que cada nova perspectiva sobre uma obra consagrada contribui para ressuscitar esse interesse. Contudo, não é isso ainda revelação?

Adorno fala dum obscuro ideológico, duma manipulação, duma espécie de mais-valia pela gestão da ignorância que, a existir, não pode ser o essencial.

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